Filo Arthropoda

O nome Arthropoda deriva do grego onde arthros significa articulação e podos = pé. Os representantes desse grupo possuem um elavado número de espécies, tornando o filo Arthropoda o mais rico em espécies em todos os Reinos com aproximadamente 1.200 milhões de espécies descritas e acreditando-se que existam de fato cerca de cinco a dez milhões de espécies em nosso planeta.

Esses animais triblásticos, celomados, de simetria bilateral e dióicos possuem como principal característica um exoesqueleto quitinoso que garante proteção e a formação de articulações que tornam seus movimentos variados e precisos. Devido a presença desse exoesqueleto os Artrópodes realizam um processo peculiar denominado muda onde há a troca de sua carapaça externa, permitindo que o animal possa crescer e se desenvolver gradativamente após a ocorrência desse evento. Esse proceso de muda, também chamado de ecdise é regulado por um hormônio chamado ecdisona. Durante a época das cigarras você já deve ter visto suas "casquinhas" espalhadas pela superfície de árvores, essa estrutura é o exoesquelo antigo do animal após o processo de muda.

Além das características mencionadas anteriormente, o corpo desses animais é metamerizado, ou seja, podemos observar sua segmentação em cabeça, tórax e abdômen ou cefalotórax e abdômen.

(A) Cigarra realizando o processo de muda e (B) seu exoesqueleto antigo que permanece fixo ao substrato.

Vídeo demonstrando o processo de muda em uma cigarra.

Vídeo demonstrando o processo de muda em uma tarântula.

Devido ao processo de muda o crescimento desses animais é diferenciado de outros indivíduos do mesmo Reino. Enquanto que nesses o seu desenvolvimento é gradual, nos Artrópodes ele ocorre pontualmente, após a ecdise, onde há um período estácionario que assim permanece até um novo evento como esse ocorrer.

Gráfico comparando o crescimento de um artrópode comparado com o crescimento de outros animais.

Os primeiros Artrópodes que apareceram em nosso planeta e tem seu registro devidamente catalogado foram os Trilobitas há 530 milhões de anos atrás. No entanto, apesar de terem dominado quase todo o ambiente marinho de nosso planeta, há 250 milhões de anos atrás eles foram extintos, nos deixando uma grande quantidade de fósseis para estudarmos.

Fóssil de um Trilobita.

Durante o período reprodutivo esses animais possuem comportamentos bastante variados que serão mais discutidos a seguir, ocorrendo geralmente a fecundação interna entre eles. Suas excretas são liberadas a partir de estruturas denominadas túbulos de malpighi e sua respiração é traqueal através de estruturas denominadas espiráculos ou por pulmões foliáceos (no caso dos aracnídeos). O seu sistema circulatório é caracterizado por circulação aberta, correndo hemolinfa entre seus vasos e não havendo pigmentos capazes de carregar oxigênio ou gás carbônico, tornando-o incolor. Uma exceção para o sistema de circulação aberta que possui pigmentos capazes de carregar gases na hemolinfa é o límulo. Esse quelicerado (mesmo sub-filo das aranhas) possui hemocianina que torna sua hemolinfa azul.

(A) Percevejo e seus espiráculos distribuidos pela região abdominal indicados pela seta azul, (B) o mesmo pode ser observado na larva de besouro. (C) Imagem de um espiráculo através Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).

Subfilo Crustacea

O Subfilo Crustacea é caracterizado por artrópodes que ocorre em seu exoesqueleto deposição de carbonato de cálcio (CaCO3). Além disso, eles possuem cinco pares de patas e dois pares de antenas, possuindo representantes tanto terrestres como aquáticos. Os principais exemplos de animais que fazem parte desse grupo são os carangueijos, siris, lagostas, camarões e tatuzinho-de-jardim.

Representantes do Subfilo Crustacea. (A) Lagosta, (B) tatuzinho-de-jardim e (C) caranguejo.

Subfilo Chelicerata

Os Chelicerados possuem quatro pares de patas e nenhum par de antenas. Esse grupo é representado pelas aranhas, escorpiões, límulo, escorpião-vinagre, pseudo-escorpiões, opilião e carrapatos. Apesar de não possuírem mandíbula eles possuem um poderoso par de quelíceras que são utilizadas para capturar e subjulgar suas presas. Além disso, eles possuem um par de pedipalpos, estruturas que ficam próximas às quelíceras que possuem função sensorial e são capazes de auxiliar na manipulação de alimento e objetos.

Representantes do Subfilo Chelicerata. (A) Límulo, (B) Escorpião-vinagre, (C) Pseudoescorpião e (D) Aranha do gênero Clavipes sp.

Subfilo Myriapoda

Os miriápodes possuem um par de antenas e corpo segmentado, podendo ser divididos em quilópodes (quando apresentam apenas um par de patas por segmento) ou diplópodes (quando apresentam dois pares de patas por segmento). Enquanto os quilópodes, representados pelas lacraias, podem chegar até à 30 cm, sendo caçadores ativos e podendo ser venenosos, os diplópodes, representados pelo piolho-de-cobra,  são geralmente detritívoros e/ou herbívoros.

Representantes do Subfilo Myriapoda. (A) Lacraia (quilópode) e (B) piolho-de-cobra (diplópode).

Subfilo Hexapoda

Os animais desse grupo possuem três pares de pernas e um par de antenas, sendo seus principais representantes os insetos. Esse é o grupo com maior número de espécies dentro do filo Arthropoda, possuindo cerca de um milhão de espécies descritas atualmente. Essa diversidade de espécies carrega consigo uma grande variedade de comportamentos e características peculiares à cada ordem desse grupo, por isso o Subfilo Hexapoda será abordado mais à fundo em outro capítulo.

Representantes do Subfilo Hexapoda. (A) Mosca (Diptera), (B) ninfa de percevejo (Hemiptera) e libélula (Odonata).